Com direção de Ricardo Perez, SOS Casamento foi exibido às sextas-feiras no SBT sob comando de Ana Canosa
No
ar desde janeiro na Band, a segunda temporada de "Mulheres Ricas",
reality show em que cinco endinheiradas mostram seus cotidianos
extravagantes, estreou faz duas semanas no canal TLC, do grupo
Discovery.
A presença de um produto de TV aberta na grade de um canal fechado é sintomática.
Para
cumprir a cota de exibição de conteúdo nacional definida pela nova lei
que regula a TV paga, em vigor desde setembro último, TVs por assinatura
têm recorrido à aquisição de conteúdo de canais abertos.
Na
maior parte do tempo, acontece o contrário: TVs abertas absorvem
programas de sucesso dos canais fechados. Recentemente, por exemplo, as
séries "The Walking Dead" e "True Blood" passaram a ser exibidas no
Brasil por Band e SBT, respectivamente.
A
operação "tapa-buracos" dos canais fechados é uma tentativa de se
adequar à lei, que exige que eles veiculem, em horário nobre, duas horas
e 20 minutos semanais de programas nacionais, metade realizada por
produtoras independentes.
O Discovery Home & Health incluiu na programação o "S.O.S. Casamento", que já foi ao ar pelo SBT, em 2011.
O A&E comprou um pacote de musicais da Band, com shows de artistas como Chico Buarque, Dona Ivone Lara e Rita Lee.
A Fox Life prepara para o segundo semestre uma faixa de horário com reprises de novelas da Record, como "Bela, a Feia" (2009).
A
partir de setembro deste ano, o total de exibição dos programas
nacionais exigido pela lei aumentará para três horas e meia semanais.
"Já
faz muito tempo que venho falando que os prazos da lei são difíceis de
se tirar do papel", diz Anthony Edward Doyle, vice-presidente regional
da Turner International (dos canais Space, TNT e Cartoon Network).
"Há
uma série de fatores que podem atrasar ou dificultar a produção de um
programa, que é o objetivo da legislação", critica o executivo, cujo
canal TBS muitodivertido exibe atrações como "Anjos do Sexo", "CQC" e "É
Tudo Improviso", todos produzidos pela Band.
Segundo
André Rossi, diretor de programação da Discovery Networks no Brasil,
"Mulheres Ricas" se enquadra nos parâmetros estabelecidos pelas cotas.
"Mas isso não é o suficiente para definir a aquisição. A relevância do
formato para o TLC e a qualidade de produção são fatores cruciais", diz o
diretor.
SEM QUALIDADE
Há
quem prefira sair pela tangente. Comedy Central, Disney, Nick Jr. e DTH
Family pediram "dispensa" do cumprimento da cota de produção nacional
junto à Ancine, a Agência Nacional do Cinema, que regula o setor.
Eles
alegam, entre outros motivos, fatores econômicos e a falta de conteúdo
nacional compatível com a qualidade de suas programações.
No
caso do Disney, a ABPITV (Associação Brasileira de Produtoras
Independentes de TV) alega dificuldade de contato com a representação do
canal no Brasil, o que a fez optar pela via direta.
Os processos que analisam os pedidos de dispensa estão em andamento na Ancine.
No
início deste mês, uma comitiva de 35 produtores da BTVP (Brazilian TV
Producers) aproveitou viagem a Nova York para a feira de produção
infantojuvenil Kidscreen e fez visitas à sede da Disney a fim de
apresentar projetos que possam cumprir a cota nacional.
Fonte: Portal SBTista
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