Sem ter recebido nenhum sinal do SBT até agora para renovar seu contrato, na iminência de vencer, o advogado e humorista Carlos Alberto de Nóbrega, 76, já negocia com a Record e pode levar para lá "A Praça é Nossa". Ele apresenta o humorístico no SBT desde 1987 e seria dono da marca e do formato, criado por seu pai, Manuel de Nóbrega (1913-1976).
O apresentador tem quase 60 anos de carreira, entre rádio e TV. Nóbrega já trabalhou nas principais emissoras abertas do país, inclusive Record e Globo (onde escreveu quadros e roteiros para "Os Trapalhões").
Não é a primeira vez que o SBT "enrola" para renovar o contrato do apresentador e humorista. Em pelo menos suas últimas quatro renovações ocorreu o mesmo: a emissora só renovou em cima da hora. Dessa vez, porém, há rumores que apontam maiores dificuldades: o primeiro, que o SBT teria "oferecido" uma grande redução salarial para renovar; segundo, que Silvio Santos estaria irritado e decidido a não renovar com Nóbrega.
O suposto motivo para este último rumor seria a entrevista que ele deu em dezembro para o programa "A Máquina", da TV Gazeta. Nela, afirmou que sentia "pena" de Silvio, e que o "patrão" seria um homem infeliz.
"Eu sou mais feliz que ele", afirmou, em referência ao fato de o empresário ter de viver escondido e longe das pessoas. "Um camarada que vai para a Miami para poder comer sanduíche na rua é um infeliz. Eu tenho pena dele, ele é uma pessoa muito só", declarou ao apresentador, escritor e poeta Fabrício Carpinejar.
Embora não atraia muitos anunciantes --como quase todo humorístico da TV aberta, aliás--, "A Praça é Nossa" sempre está entre as cinco maiores audiências do SBT. Nos últimos anos a atração tem conseguido se manter quase que sempre à frente da Record, dando ao SBT o segundo lugar isolado. O humorístico registra médias que vão de 6 a 10 pontos de média na Grande São Paulo. Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na região.
Além do ibope, o programa de Nóbrega é o que mais emprega artistas e profissionais no SBT: são cerca de 20 artistas fixos, sem contar convidados e produção e área técnica.
Fonte: Ricardo Feltrin (Ooops - UOL)
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