Quem conhece muito bem o SBT já reparou que as coisas por lá estão bem diferentes. Os tempos são outros. Há uma nova estrutura e um novo pensamento. Já foi a época onde as raposas circulavam pelos corredores, as cobras ficavam à espera da vítima e os segredos voavam pela janela. Não que isso tenha sumido definitivamente, afinal, parece ser inerente às emissoras de televisão, mas todos esses elementos estão controlados e são conhecidos de todos. Já passou também o tempo onde as panelas ou “lojinhas” (como os mais antigos gostavam de chamar) funcionavam a todo vapor e representavam poder e muitos aliados. As coisas mudaram.
O SBT começa a colher os frutos de uma nova era, um jeito mais moderno de fazer a gestão da empresa. Agora, apesar da presença de Silvio Santos e de sua última palavra sobre tudo (e a diretoria respeita isso), há um organograma funcionando. Há planejamento. Há ação amarrada. As obrigações e responsabilidades estão determinadas e cobranças existem a partir das metas estabelecidas. Planejamento é a palavra da vez. É claro que os mais velhos e os acostumados com o estilo anterior acham tudo muito estranho e reclamam nos corredores da Anhanguera, à beira da estrada e aos amigos que um dia já passaram por lá também, como se o tempo pudesse voltar.
Quem conhece muito bem o SBT sabe que este novo jeito de trabalhar foi imposto pelo vice-presidente José Roberto Maciel, que atua muito afinado com Daniela Beyruti, que, mais do que herdeira, tem dado importantes passos na grade em suas funções como diretora artística e de programação. E ela quer ser cobrada como executiva sujeita a metas e não ter privilégios por ser filha do acionista majoritário, como o próprio Silvio Santos diz. No mesmo degrau, e tão importante quanto, aparece Leon Abravanel, que viabiliza toda a produção da emissora. Neste novo cenário do SBT, há o trabalho importante dos diretores Murilo Fraga (programação), Fernando Pelégio (artístico), Marcelo Parada (jornalismo) e Glen Valente (comercial) sempre afinados com o alto comando. A ordem agora é união e deixar de lado as lojinhas para que os interesses coletivos estejam sempre à frente dos individuais.
Fonte: José Armando Vanucci (Jovem Pan)
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