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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Pegadinha do elevador diz muto sobre o jeito de ser do SBT.



Em 2009, dois anos depois de perder a vice-liderança do mercado de televisão para a Record, o SBT anunciou um novo slogan: "a TV mais feliz do Brasil". Feliz com o quê? A história da emissora é repleta de fatos desse naipe, na fronteira do surpreendente com o incompreensível, sempre levando o espectador a se perguntar se está sendo vítima de uma brincadeira de Silvio Santos.

Nada mais exemplar desse espírito do que a pegadinha tosca na qual uma menina despenteada surge como se fosse um fantasma dentro de um elevador para assustar quem está lá dentro. Já vista mais de 20 milhões de vezes no YouTube, a brincadeira de sucesso diz muito sobre o SBT, o seu comandante e o seu público fiel.

Há poucos dias, por exemplo, a colunista Keila Jimenez, da Folha, contou que o cabeleireiro Jassa, responsável pelo topete e pelas tinturas de Silvio, está encabeçando as negociações para a contratação de Ronnie Von pelo SBT.

Para quem não sabe, Silvio submete sua cabeça a Jassa desde 1976 e nunca desmentiu os rumores de que, além de amigo, o mestre da tesoura é uma espécie de diretor informal do SBT, com mais poder do que muitos executivos da empresa.

O dono do SBT gosta de vender a imagem de que é um intuitivo, capaz de captar no ar (ou por telepatia) os interesses do seu público. Nunca se preocupou com as classes A e B. Em alguns momentos, sensível à rejeição do mercado publicitário, dosou a baixaria na programação, mas nunca deixou de oferecer o suprassumo do popular ao espectador.

A grade do SBT se sustenta em programas simples, às vezes simplórios, que fazem a alegria de um público aparentemente distante do sonho da modernidade. "Carrossel", "Casos de Família" e "Programa do Ratinho", entre outros, dão a impressão de que o SBT está na década de 1960.

Não à toa, Marquito, assistente de palco de Ratinho, foi espirituoso ao comentar a votação que lhe deu o modesto posto de 71º mais votado candidato a vereador em São Paulo em 2012: "Acho que muita gente não votou em mim para que eu continuasse na televisão".

Silvio completou 80 anos em dezembro de 2010. No palco, não cansa de dizer que está "ficando gagá" e adora fazer piadas picantes com as suas "colegas de trabalho", entre um e outro aviãozinho de dinheiro que atira para a plateia.

Conversando com Helen Ganzarolli, em abril deste ano, ele disse: "Penso em você e, não sei por que razão, acordo chorando. Sempre que vou me aproximar de você, eu acordo. Não sei por quê, ultimamente, na hora H sempre falha".

Há duas semanas, depois de ver uma foto recente de Chico Buarque, exclamou: "Nossa, ele tá um trapo. Tá acabado, tá muito estragado".

Em maio, ao lançar a novela "Carrossel", Silvio disse: "Se der 15 pontos (no Ibope), a gente dá uma paulada na Record. Ela se ferra, passamos pra segundo lugar tranquilo. Vamos nadar em mar sereno. Agora, se der cinco pontos, vamos continuar remando na tempestade".

Por culpa de uma série de equívocos da Record, bem como por conta do sucesso de "Carrossel", o SBT conseguiu, de fato, reduzir a diferença no cômputo geral de audiência e chegou a recuperar por alguns meses a vice-liderança perdida em 2007.

A situação não está consolidada. Ambas as emissoras duelam, neste momento, para ver quem encerrará 2012 em segundo lugar. Qualquer que seja o resultado, imagino Silvio dando aquela gargalhada. 

Fonte: Maurício Stycer (Folha de São Paulo)

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